Fazendas de café e núcleos coloniais
Entre as décadas de 1870 e 1890, uma grande quantidade de imigrantes entrou nos portos brasileiros rumo às fazendas de café e aos núcleos coloniais, que desde o início contaram com numerosas famílias italianas. Foram criadas colônias no Rio de Janeiro (a primeira, colônia de Porto Real, fundada em 1878 exclusivamente por italianos), no Espírito Santo (como Rio Novo, que prosperou depois da chegada dos primeiros italianos na década de 1880), no Paraná (destacando-se a colônia Nova Itália), em Santa Catarina (o núcleo de Itajaí recebeu muitos trabalhadores da Itália), no Rio Grande do Sul (nas colônias Conde d'Eu e Dona Isabel, hoje Garibaldi e Bento Gonçalves, os italianos introduziram a produção de uvas e vinho) e em São Paulo. Este foi o estado que mais recebeu italianos durante todo o fluxo imigratório, tanto para trabalhar nas fazendas de café, como em colônias no interior. O relatório de 1878 da Inspetoria de Terras e Colonização, órgão responsável por gerir a política imperial imigratória, aponta para a existência de 47 núcleos coloniais no Brasil naquele ano, distribuídos em diversas províncias.
A presença italiana no Brasil não se fez sentir apenas durante o período de imigração subvencionada. Muitos vieram anteriormente residir no Império, alguns acompanhando dona Tereza Cristina, a princesa das Duas Sicílias que se tornou imperatriz, como Archangelo Fiorito, mestre de música das princesas imperiais, e o ourives Domenico Farani, aqui conhecido como Domingos Farani, joalheiro da Casa Imperial. Outros vieram espontaneamente e fincaram raízes tão profundas na nova terra que resolveram se naturalizar brasileiros, como o dr. Carlos Éboli. Fato é que o contato com a cultura italiana influenciou os hábitos dos brasileiros em diversos setores da vida cotidiana, desde a alimentação e a língua, até na arquitetura das grandes cidades, no comércio e nos inventos.