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A biblioteca francesa no século XX

Se no século XIX d. João VI trouxe ao Brasil uma missão francesa incumbida de plantar em solo nacional o interesse e a prática das artes, nos anos 1930 um outro grupo, também trazido pelas mãos do poder público, chega da França com uma nova missão pedagógica: estabelecer na recém-fundada Universidade de São Paulo o ensino dos cursos na área de humanidades. Jovens promissores, como Roger Bastide, Arbousse-Bastide e Fernand Braudel permaneceram no país para apoiar a organização da Universidade. Posteriormente, seguiriam carreiras notórias: Braudel, por exemplo, seria diretor do Centro de Pesquisas Históricas da École des Hautes Études, juntamente com Lucien Febvre, levando adiante a revista Annales; Roger Bastide, autor de livros como Brasil, terra de contrastes, Arte e sociedade e O candomblé da Bahia, aqui permaneceria por 16 anos, a estudar religiões afro-brasileiras e desenvolver estudos com pesquisadores brasileiros; Arbousse-Bastide, responsável oficial pela missão e um dos primeiros a serem recrutados, tem sua passagem marcada pelo conflito profissional e metodológico com Claude Lévi-Strauss.

Segundo as palavras do próprio Arbousse-Bastide, ele tinha "inveja de ver uma terra onde as coisas estão por se fazer, onde tudo se mexe, para ser testemunha de um surgimento novo." Talvez tal fascínio por terras distantes em que, segundo o imaginário europeu tudo é possível, sem os entraves de sociedades antigas carregadas de obsolescências, explique em parte a motivação de pensadores que, atravessando o oceano ou não, em várias épocas estudaram e se encantaram com o que lhes era tão distante. Caso também do historiador Germain Bazin, que visitou o Brasil para estudar a arte produzida no período colonial e lançou Arquitetura religiosa barroca no Brasil e Aleijadinho e a escultura barroca no Brasil.

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