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Brasil: nova vida, novas raízes

Quando chegaram aqui, em 1908 e nos anos seguintes, os imigrantes vieram acompanhados de suas famílias. Pretendiam trabalhar todos, inclusive as crianças, com muito afinco nas lavouras de café para conseguir reunir o valor suficiente para voltar ao Japão em melhores condições do que quando deixaram seu país. Muitas famílias chegaram divididas, por diversos motivos, como a impossibilidade de trazer todos de uma vez, a necessidade de alguns ficarem na terra natal tomando conta dos bens que ainda possuíam e por não conseguirem embarcar por estarem doentes. O tracoma, um tipo de conjuntivite altamente contagioso, foi uma das maiores causas de separação de familiares nos portos do Japão, uma vez que os infectados não poderiam embarcar nos navios. Já na chegada, os japoneses percebiam que a situação seria bem diferente do que imaginavam, e muito mais dura. A vida nas lavouras brasileiras era muito difícil; os japoneses não conheciam o café e seu processo produtivo.

Grande parte dos que embarcaram para o Brasil era de camponeses no Japão que não conheciam a vida nos grandes latifúndios, além dos operários e trabalhadores urbanos que deixaram as cidades do outro lado do mundo para se aventurarem na dura realidade do campo.

O desconhecimento da língua e dos hábitos dos brasileiros, e a dificuldade de se adaptar à alimentação tornavam a vida mais penosa, e, com o tempo, percebiam que o sonho de voltar ficava cada vez mais distante e improvável. Muitos imigrantes, cumprido o prazo obrigatório do contrato de permanência nas fazendas, lançavam-se em novas tentativas de melhorar de vida.

Uns partiram para as cidades para trabalhar como empregados, e até mesmo serem donos de comércio próprio; outros se estabeleceram em pequenos sítios nos arredores das cidades, fornecendo hortaliças e frutas; outros partiram para cidades litorâneas e dedicaram-se à pesca; e alguns poucos permaneceram como colonos nas fazendas para onde foram. Todos contaram com o apoio das comunidades e cooperativas que se formavam no campo e na cidade. Uma quantidade bastante significativa dos imigrantes que fixaram residência por aqui, talvez motivada pela pouca probabilidade de retornarem à sua pátria, decidiu adotar definitivamente o Brasil como sua terra, muito embora a maioria deles sequer falasse português. Provavelmente em busca de maiores oportunidades e de mais igualdade na nova terra, decidiram tornar-se cidadãos brasileiros.

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