Força Expedicionária Brasileira - FEB

Ao longo de 1942, o governo brasileiro, em consonância com as resoluções das conferências pan-americanas, assina um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, rompe relações diplomáticas e, finalmente, declara guerra ao Eixo em agosto. Nesse contexto seria criada a Força Expedicionária Brasileira ‒ FEB ‒, em novembro de 1943. Saiba mais

Il Duce italiano, Benito Mussolini, e o Führer do Terceiro Reich alemão, Adolf Hitler. Apesar de afinidades entre as ideologias fascista e nazista, as respectivas máquinas de guerra de ambos os países não poderiam ser mais opostas: a Itália lutava uma guerra antiga e seguia táticas antiquadas.

A Alemanha tinha o exército mais moderno do mundo, o primeiro a ter uma real compreensão de como lutar uma guerra mecanizada contemporânea. S.d.

Correio da Manhã

Ponte com versos do Hino dos universitários fascistas. Letra de Vittorio Emanuele Bravetta e música de Giuseppe Blanc (1927).

Frente alpina, 21 a 24 de junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Frente alpina, junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Rápido avanço das tropas italianas na área de Moncenisio, região fronteiriça com a França. Frente alpina, junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Artilharia motorizada e infantaria em Val Stretta (Bardonecchia). Frente alpina, junho de 1940. Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

21 a 24 de junho de 1940. Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Frente alpina, junho de 1940. Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Área do Moncenisio, região fronteiriça com a França. Frente alpina, junho de 1940.

Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Frente alpina. 21 a 24 de junho de 1940.

Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Força aérea italiana fazendo o reconhecimento aéreo de Mentone, localidade francesa ocupada pela Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Frente alpina, junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Junho de 1940. Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Junho de 1940. Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Cidade italiana de Ventimiglia, na região da Ligúria, após o bombardeio francês de 22 a 25 de junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

Cidade italiana de Ventimiglia, na região da Ligúria, após o bombardeio francês de 22 a 25 de junho de 1940.
Partido Nacional Fascista, Arquivo Central do Estado (Roma)

A poucas semanas da rendição, importante centro industrial do norte da Itália sofre ataques aéreos violentos.

O Globo. Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1943.
Arquivo Bernardo Fernandes de Brito

Não foi sem hesitação que Getúlio Vargas se decidiu por declarar guerra ao Eixo. Nos anos que precederam o conflito, com sua política "pendular" aprofundou as relações comerciais com a Alemanha, mas, já em 1939, os mercados europeus fecharam-se ao país. Ao lado de uma inequívoca afinidade ideológica com os regimes fascistas, e em meio à política de boa vizinhança do presidente Roosevelt, voltada para a negociação e cooperação com a América Latina, Vargas procurou negociar com os norte-americanos o apoio aos aliados, em troca de investimentos como os que se fizeram na siderurgia. Liderando um governo ditatorial, o presidente acabou pagando um alto preço por essas contradições: o fim da guerra e a vitória dos Aliados foram o canto do cisne para um governo que internamente tinha práticas semelhantes aos inimigos que combatera, mas que por razões geopolíticas e também por oportunismo - à espera que a balança começasse a pender para um dos lados do conflito - decidira-se a lutar ao lado da democracia.

Protestos contra o afundamento de navios mercantes brasileiros torpedeados pelas forças alemães a partir de fevereiro de 1942. Rio de Janeiro, 30 de junho de 1942. Agência Nacional

Em julho de 1944, depois de um período de reformulação e treinamento de oficiais das forças de ar e terra, inclusive em escolas militares norte-americanas, o primeiro contingente da FEB foi enviado à Nápoles.

Rio de Janeiro, 1944. Correio da Manhã

1944. Correio da Manhã

Os últimos escalões da Força Expedicionária e da Força Aérea Brasileira chegam à Nápoles.

Itália, 24 de fevereiro de 1945.
Agência Nacional

O último escalão da FEB chegaria em fevereiro de 1945, totalizando um total de mais de 25 mil homens - e algumas enfermeiras - que formariam o contingente da divisão da FEB.

Itália, 24 de fevereiro de 1945.
Agência Nacional

em meio a um acampamento em que ingleses, americanos, brasileiros e soldados de outras nacionalidades dividiam o pouco que sobrara de um campo de pouso em Tarquínia. Outubro de 1944.

Arquivo Salgado Filho

[1944-1945]. Correio da Manhã

Os últimos escalões da Força Expedicionária e da Força Aérea Brasileira chegados à Nápoles.

Itália, 24 de fevereiro de 1945. Agência Nacional

Apresenta o quantitativo de prisioneiros de guerra, de mortos e feridos em combate e o contingente enviado à Itália. Oferecido pelo comandante da FEB ao Ministro da Justiça, em 13 de março de 1946.

Ministério da Justiça e Negócios Interiores

Em 1900, cerca de 90% da ainda reduzida força de trabalho industrial de São Paulo era composta de estrangeiros. No setor têxtil, por exemplo, aproximadamente 60% dos trabalhadores nasceram na Itália. Dentre estes imigrantes, que vieram não apenas para a cidade de São Paulo, mas também para outras cidades do Brasil e para as áreas rurais, havia militantes anarquistas e, em menor número, socialistas, cujo êxodo havia sido de certa forma encorajado pelos governos dos seus países de origem, incomodados com estes indivíduos, especialmente após sua participação em algumas insurreições e atentados. Saiba mais

Plano de campanha da FEB

Oficiais e soldados brasileiros, em um jipe equipado com metralhadora pesada, estudam o plano de campanha da FEB, de avanço para o norte da Itália.

Pisa, 1944. Correio da Manhã

[1944-1945]. Correio da Manhã

Peças do fuzil Springfield. À direita, o terceiro-sargento Onofre Rodrigues de Aguiar, de São Paulo, e o tenente americano Clarence E. Larson, de Fort Dodge, Iowa.

1944. Correio da Manhã

Foto de Horácio Coelho. Itália, 1944.
Correio da Manhã

7 de julho de 1944.
Agência Nacional

Força Expedicionária Brasileira na Itália. 7 de julho de 1944.
Agência Nacional

Itália, 16 de maio de 1945. Agência Nacional

Itália, 23 de abril de 1945. Agência Nacional

Itália, 7 de julho de 1944. Agência Nacional

Itália, 16 de maio de 1945. Agência Nacional

7 de julho de 1944. Agência Nacional

Percebe-se a existência de cápsulas vazias de canhões em torno do grupo.

Itália, 1944. Correio da Manhã

Itália, 1944. Correio da Manhã

"Moças da Cruz Vermelha americana do escalão avançado do 5° Exército servindo bolos e mate, aos soldados brasileiros em seu acampamento na Itália. As moças são da esquerda para direita: Mary Ross Moen, de Onawa, Iowa, e Louis Berney, de Fallon, Nevada".

Publicada em 13 de setembro de 1944. Correio da Manhã

Força Aérea Brasileira na Itália. "Salão Flamengo, barbearia".
[1944-1945] Correio da Manhã

Além das tropas do Exército, a aviação brasileira também tomou parte no conflito. Em dezembro de 1943, foi criado o 1º Grupo de Caça, integrante da recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB). As duas forças tinham símbolos próprios, como era de praxe entre as divisões combatentes na guerra. O Exército adotou a cobra fumando, em referência aos comentários que diziam, antes da entrada do Brasil no conflito, que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil lutar na guerra. A Força Aérea escolheu uma avestruz de quepe que, contrariando o mito referente a estas aves, jamais esconde a cabeça diante do perigo.

1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, o Senta a Pua!, por ocasião da campanha de guerra na Itália. S.d.
Correio da Manhã

7 de julho de 1944. Agência Nacional

Combatentes britânicos, americanos e brasileiros em momento de relaxamento em Pisa. A FAB permaneceu em missão de guerra em Pisa, com os aviões P-47, de dezembro de 1944 a julho de 1945.

Arquivo Salgado Filho

da Força Aérea Brasileira em operação sob supervisão da 12ª Força Aérea Norte-Americana. [1944-1945].

Arquivo Salgado Filho

ao fundo, escreve relatório dando conta de uma missão recém-cumprida. [1944-1945].

Arquivo Salgado Filho

Capitão Newton Lagares Silva e o segundo-tenente José Meira de Vasconcelos, pilotos do esquadrão de caça brasileiro, operando sob a supervisão da 12º Força Aérea Norte-Americana. Torre de Pisa ao fundo. [1944-1945].

Arquivo Salgado Filho

[1944-1945]. Arquivo Salgado Filho

aquece os motores antes de decolar para uma nova missão, já reabastecido e equipado com novas bombas. [1944-1945]. Arquivo Salgado Filho

carrega caça P-47 do seu esquadrão. [1944-1945].

Arquivo Salgado Filho

Os caças-bombardeiros P-47 da FAB encontram-se em fila e prontos para partir. [1944-1945].

Arquivo Salgado Filho

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 1943.

Arquivo Bernardo Fernandes de Brito

Soldados da Força Aérea Brasileira examinam perfurações à bala na fuselagem de um avião do 1º Grupo de Caça da FAB. S.d.

Correio da Manhã

A situação dos imigrantes italianos no Brasil a partir de 1942 foi de insegurança. Em 11 de março, o presidente Getúlio Vargas decreta o bloqueio dos bens dos "súditos do eixo" residentes no país. A repressão recrudesceu após a declaração de guerra em agosto do mesmo ano. Casas de particulares eram vasculhadas pelas forças policiais em busca de provas da ligação com o fascismo; livros, jornais, documentos em italiano eram apreendidos e queimados. Proibiu-se que o idioma italiano fosse falado em locais públicos. A população era instigada a denunciar os quinta-colunas e multiplicaram-se os ataques a propriedades de italianos em todo Brasil.

Carta de Mariana Maimone Mensitiére ao presidente Getúlio Vargas reclamando a soltura de seus dois filhos, recolhidos pela polícia em Salvador, Bahia, por serem de origem italiana.

São Félix (BA), 5 de março de 1944.
Gabinete Civil da Presidência da República

Carta de Mariana Scatola, residente no Brasil há 52 anos, pedindo autorização ao presidente Getúlio Vargas para vender imóveis que possuía no bairro da Lapa (SP), interditados à venda pelo fato de a proprietária ser de origem italiana.

São Paulo, 1944. Gabinete Civil da Presidência da República

Rafael Angélico, detido em Salvador pelo Departamento de Ordem Política e Social da Bahia por ser italiano. Ilhéus (BA), 1944.

Gabinete Civil da Presidência da República

Telegrama da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto solicitando ao presidente Getúlio Vargas a revogação do Decreto no. 4166, de forma a liberar os bens dos italianos residentes no Brasil. 1945.

Gabinete Civil da Presidência da República

Assinatura de Horácio Coelho, fotógrafo da FEB.

Itália, 1945. Correio da Manhã

Cabo José da Fonseca e soldado José Ferreira transmitindo ordem de fogo ao telefone. Assinatura de Horácio Coelho, fotógrafo da FEB.

Itália, 1945. Correio da Manhã

Artilheiros brasileiros reunidos em volta de um fogão na casamata que comunica com a posição onde está o canhão de 105 mm.

Correio da Manhã

"O sargento Adão Alves Viana, de Porto Alegre, da Força Expedicionária Brasileira tenta sua sorte em ski que pediu emprestado a um italiano" [1944-1945].

Correio da Manhã

Sentados, da esquerda para direita: Allan Fischer (USIS), Joel Silveira (Diários Associados), Egídio Squeff (O Globo) e Fernando Stamato (Agência Nacional). Em pé, na mesma ordem: Rubem Braga (Diário Carioca), Frank Norall (USIS), Thassilo Mitke (Agência Nacional), Henry Bagley (Associated Press), Raul Brandão (Correio da Manhã) e Horácio Gusmão, cinegrafista da FEB.

14 de abril de 1945.
Correio da Manhã

Mapa e texto sobre a luta nos Apeninos. S.l.

7 de abril de 1945.
Correio da Manhã

Itália, 23 de abril de 1945.
Agência Nacional

Carta de Otaviano Saturnino dos Santos, pai de soldado da FEB, ao presidente Getúlio Vargas reclamando notícias de seu filho, que servia na Itália desde junho de 1944.

Inhapim (MG), 11 de agosto de 1945.
Gabinete Civil da Presidência da República

Em 10 de julho, as forças aliadas desembarcam na Sicília, e a ilha é completamente tomada no mês seguinte. Foi o golpe final para Mussolini. Il Duce é preso e o marechal Badoglio assume o comando do governo provisório. Embora afirmasse diante dos alemães que continuaria a lutar contra o inimigo em comum, ele secretamente inicia negociações de paz com os Aliados. O armistício de 8 de setembro de 1943 acaba provocando a divisão da Itália: o sul, pró-Aliados e governado pelo rei e Badoglio, e o norte, governado por Mussolini depois do seu resgate pelos alemães, que o transformaram em seu fantoche por dois anos. Em 1945, em meio a uma tentativa de fuga para a Espanha, Mussolini foi capturado por partisans, executado e teve seu cadáver exposto em praça pública.

Rendição do general alemão Otto Fretter-Pico, comandante da 148ª Divisão de Infantaria Alemã, e do general italiano Mario Carloni à FEB, após a Batalha de Fornovo di Taro, última participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Itália, 30 de abril de 1945.
Correio da Manhã

Itália, 27 de fevereiro de 1945.
Correio da Manhã

Apesar da rendição incondicional da Itália, em setembro de 1943, seus antigos aliados do Eixo impediriam que a paz reinasse em solo italiano até a derrocada final da própria Alemanha, em 1945.

Jornal O Globo. Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1943.
Arquivo Bernardo Fernandes de Brito

"A ordem de cessar-fogo acaba de ser dada a todas as tropas que combatem na Itália. Glória a Deus nas alturas e paz entre os homens de boa vontade na Terra", ordem do dia transmitida pelo general Mascarenhas de Moraes em 3 de maio de 1945, um dia após a rendição das forças alemãs na Itália. Pracinhas brasileiros fazendo sinal de vitória.

Itália, 1945.
Correio da Manhã

Carta de Fernando do Amaral, pai do pracinha brasileiro Olávio Soares do Amaral, morto na Batalha de Monte Castelo, solicitando ao presidente Getúlio Vargas o pagamento do fundo de Previdência deixado por seu filho.

Rio de Janeiro, 10 de maio de 1945.
Gabinete Civil da Presidência da República

Carta do estudante italiano Attílio Colombo, de 17 anos, ao presidente brasileiro Getúlio Vargas manifestando seu desejo de emigrar para o Brasil em razão das dificuldades financeiras que sua família passava na Itália após a guerra.

Itália, 26 de maio de 1945.
Gabinete Civil da Presidência da República

Rio de Janeiro, 18 de julho de 1945.
Correio da Manhã

Cerimônia em homenagem aos pracinhas brasileiros sepultados no Cemitério de Pistoia, na região da Toscana italiana. Colegiais de Pistoia seguram as flores recebidas via aérea do Brasil, e que colocarão nos túmulos dos expedicionários. Em 1960, os restos mortais foram trasladados para o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra, no Aterro do Flamengo (RJ), e no antigo cemitério foi erguido o Monumento Votivo Brasileiro.
Pistoia, 7 de novembro de 1952. Correio da Manhã