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Os grandes livros da natureza

A imagem do grande livro da natureza marca a época moderna; para Galileu ele está escrito em números e significa, sobretudo, a atitude reflexiva do homem como sujeito do conhecimento. Mas os livros da natureza são também o inventário, a apreensão extensiva e que se consolida essencialmente em torno do sistema de classificação e da nomenclatura de Lineu. Apresentam-se como herbários, jardins botânicos, coleções de peixes, conchas, insetos. Desenhos científicos como os do brasileiro frei Veloso, que, reproduzidos em livros, popularizaram-se para além das academias e universidades, conservando o fascínio que desde sempre exerceram.

A partir do primeiro quartel do século XIX, empreendem-se as viagens até então restritas: membros da Missão Austríaca, filiados a Alexandre von Humboldt, são responsáveis por paisagens demonstrativas da composição vegetal, de sua fisionomia, sem descurar das sociedades indígenas. Já no Império consolidado, chegam exploradores como o conde de Castelnau, que a partir de 1843 vai do Rio de Janeiro ao Amazonas, ou Descourtilz que nos anos de 1850 produziu pranchas de beija-flores nativos. Porém, o grande livro da natureza oitocentista é a Flora Brasiliensis, projetada por Carl F. Von Martius. Publicada ao longo de seis décadas, espécie de romance de formação da natureza brasileira, inclui a cultura do café, os sítios urbanos, as florestas e nestas cenas os escravos, lembrando que também de Martius é o premiado ensaio Como se deve escrever a história do Brasil.

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